O que é?
Lesão por pressão é um dano localizado na pele ou tecidos moles, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionado a um dispositivo médico. A lesão pode se apresentar como pele intacta ou úlcera aberta e pode ser dolorosa, e é resultado de uma pressão intensa ou prolongada em combinação com o cisalhamento. Acomete pessoas com mobilidade física prejudicada ou com a percepção sensorial comprometida, que foram submetidas a procedimentos, seja pelo tempo da cirurgia ou a posição. O tipo de anestesia utilizado também pode desenvolver temporariamente lesões por pressão. Há ainda indivíduos que dependem de dispositivos médicos e outros artefatos, como o uso constante de colar cervical, órteses, contensores mecânicos, cateteres, drenos, pronga nasal, entre outros.
CAUSAS
Fatores como microclima, nutrição equilibrada, comorbidades e a condição de vida do paciente interferem diretamente na intensidade e complexidade da lesão por pressão.
A lesão por pressão é considerada um problema que pode ser evitado em hospitais e demais serviços de saúde, mas que ainda é muito frequente.
A principal causa da lesão por pressão é a falta de movimentação, já que a pressão constante no mesmo ponto diminui consideravelmente a circulação sanguínea do paciente acamado, assim como a há a morte celular no local afetado. As regiões mais acometidas são a sacral, trocânteres, maléolos e também os calcâneos, por conta do constante contato com a cama.
DIAGNÓSTICO
Muitos fatores contribuem para o surgimento das lesões por pressão. Algumas condições aumentam o risco, como faixas etárias extremas – bebês e idosos -, alterações do nível de consciência, má alimentação ou condição nutricional de má qualidade, pele mal hidratada ou cuidada, mobilidade e umidade da pele, entre outros.
Classificação
A lesão por pressão apresenta um sistema de classificação, de acordo com a extensão do dano tissular e que podem facilitar o diagnóstico, a prevenção e o tratamento. São elas:
Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece
Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial, com exposição da derme
Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total
Estágio 4 – Perda da pele em sua espessura total, com perda tissular
Não classificável – Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível
Tissular Profunda – Coloração vermelha escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece.
Classificações adicionais:
Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico – resultado do uso de dispositivos médicos usados para diagnósticos e até terapêuticos. Geralmente, essa lesão tem o formato do dispositivo médico usado.
Lesão por Pressão em membranas mucosas – Encontrada quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas.(1)
TRATAMENTO
Para o tratamento da lesão por pressão é fundamental avaliar o comprometimento do tecido da região afetada. Feridas profundas e com necrose ou tecido morto, necessitam de uma rigorosa e cuidadosa higiene, que deve ser feita por um especialista, um médico ou ainda pelo estomaterapeuta. É importante ainda, para melhorar a qualidade de vida e contribuir para o estado do paciente, utilizar curativos que acelerem a cicatrização da pele.
O tratamento eficiente de uma ferida depende integralmente de um protocolo de atenção total e dedicado, que envolve a avaliação correta das necessidades, controle das comorbidades, nutrição equilibrada e direcionada, assim como a aplicação de elementos com tecnologias que ofereçam resultados superiores e melhorem a estabilidade física e emocional do paciente.
A inspeção diária da pele é extremamente importante para identificar a existência de lesão por pressão.
A higiene é um fator preponderante. Os procedimentos devem ser adequados e eficientes, não só como fator de prevenção, mas de recuperação da região afetada pelas lesões por pressão. Todo esse processo deve ser executado por pessoas treinadas e capazes de agir sem comprometer ainda mais a saúde e o bem-estar do paciente.
PREVENÇÃO
A pronta identificação de pacientes em risco para desenvolvimento de Lesão por Pressão, por meio da utilização de ferramenta validada, permite a adoção imediata de medidas preventivas. A avaliação de risco deve contemplar os seguintes fatores:
- Mobilidade;
- Umidade;
- Déficit sensitivo;
- Estado nutricional.
Algumas situações podem potencializar o risco do paciente em desenvolver LP, entre elas podemos destacar o aumento da temperatura corporal, idade avançada, estado geral de saúde.
A escala de Braden é uma ferramenta muito utilizada para avaliar o risco de LP, dentre as várias disponíveis.
De acordo com a pontuação se estabelece o risco para o desenvolvimento da LP e aplicam-se as medidas preventivas.
O paciente que sofre de lesões por pressão pode ter o seu estado emocional abalado, já que tem um problema adicional a sua saúde para tratar. Mais do que cuidar do problema, o importante é evitar o aparecimento da lesão. Quem cuida do paciente em tratamento domiciliar como um familiar, cuidador ou enfermeiro contratado, tem a responsabilidade de prevenir e manter cuidado redobrado para que a situação não se agrave e prejudique ainda mais a condução do indivíduo. É importante saber que quanto mais dependente é o paciente, maiores são os riscos do desenvolvimento de lesões por pressão.
Referências
- Do G, Federal D. Segurança do Paciente : prevenção de Lesão por Pressão ( LP ). 2019; Available from: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/6.-Seguranca-do-Paciente-prevencao-de-Lesao-por-Pressao-LP.pdf
- European Pressure Ulcer Advisory Panel and National Pressure Ulcer Advisory Panel PPPIA. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers : Quick Reference Guide. Clinical Practice Guideline. 2014. 1–75 p.
- Edsberg LE, Black JM, Goldberg M, McNichol L, Moore L, Sieggreen M. Revised National Pressure Ulcer Advisory Panel Pressure Injury Staging System. J Wound, Ostomy Cont Nurs. 2016;43(6):585–97.