Úlcera venosa

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O que é?

De todas as feridas que acometem os Membro Inferiores (MMII), as úlceras venosas (UV) são a mais comum delas e representam de 70 a 90% dos casos que não cicatrizam com facilidade (mais de seis semanas do início de sua ocorrência) e acabam se tornando crônicas. É uma lesão de pele aberta, superficial, de cor avermelhada e bastante exsudativa, , localizadas entre o tornozelo e o joelho, mas geralmente na região do maléolo medial que, em sua maioria,  surgem após leves traumas e que traz grande impacto na qualidade de vida em decorrência da dor crônica, desconforto, depressão, perda de autoestima, isolamento social, inabilidade para o trabalho, hospitalizações e visitas clínicas ambulatoriais.

Afetam principalmente os idosos e as mulheres. As doenças como diabetes, problemas cardíacos, hipertensão, uso de álcool e cigarro e a falta de atividades físicas podem estar diretamente relacionadas com a insuficiência venosa crônica, que tem como complicação tardia a úlcera venosa.

DIAGNÓSTICO

A maioria das úlceras venosas podem ser diagnosticadas clinicamente, de acordo com a aparência e localização, já que o paciente apresenta história prévia de problemas venosos. Contudo, as diretrizes de prática clínica recomendam para o diagnóstico diferencial, o uso de histórico clínico, exame físico, exames laboratoriais e uma avaliação do suprimento sanguíneo venoso e arterial da perna.

Telangectasia ou veias varicosas

Hiperpigmentação

Edema

Lipodermatoesclerose

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento para os pacientes com úlceras venosas inclui a melhora dos sintomas, o controle da dor, a redução do edema, o tratamento da lipodermatoesclerose, a cicatrização das úlceras e a prevenção de sua recidiva. Na escolha do tratamento, deverão ser utilizadas terapias para favorecer e aumentar o fluxo venoso, como a terapia compressiva, que favorece o transporte de oxigênio à pele e tecido subcutâneo, diminui o edema e reduz a inflamação, levando a um aumento significativo da taxa de cicatrização. Também é importante orientar o paciente a fazer períodos de repouso ao longo do dia, com as pernas elevadas e sem sobrecarregar os joelhos.

Quanto às recomendações para a terapia tópica, podemos seguir as seguintes etapas:

  1. Avaliação sistêmica do paciente;
  2. Planejamento da intervenção para os curativos: avaliação da ferida, limpeza, desbridamento de tecido desvitalizado, aplicação do curativo;
  3. Controle e gerenciamento de infecção e biofilme.

Em paralelo, outras medidas também auxiliam no tratamento, como levar em conta o entorno da lesão e priorizar a proteção da pele; cuidar e minimizar o risco de maceração.

Caminhadas e flexão plantar com apoio nas pontas dos pés não só são medidas preventivas como também auxiliam no tratamento, pois aumentam o fluxo sanguíneo na região.

PREVENÇÃO

Medidas relativamente simples são fundamentais e fazem a diferença na prevenção das úlceras venosas. Naturalmente, prevenir é o melhor meio para combater os danos provocados pelas feridas e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente.

O indivíduo que possui um organismo propenso a desenvolver úlceras venosas deve eliminar o hábito de fumar, hidratar bem a pele, fazer exercícios físicos diários, principalmente caminhadas e atividades que elevem o calcanhar, flexionem e contraiam os músculos da panturrilha e, naturalmente, façam a manutenção da bomba muscular.

Equilibrar a alimentação e combater a obesidade ajuda a reduzir a retenção de líquidos e propicia a cicatrização das feridas, assim como usar sapatos confortáveis, nem muito largos, nem apertados.

A compressão é excelente alternativa preventiva, pois reduz o edema e melhora o efeito muscular. Porém, o paciente deve usar intensidade de compressão indicados pelo seu profissional de saúde. Após a cicatrização da úlcera, a compressão deve ser mantida para evitar a recidiva.

O importante é não permanecer por mais de uma hora sentado ou em pé e caminhar ou alongar nestes intervalos. Também é recomendável elevar as pernas durante o dia com movimentos ao longo deste período.

Manter exames e avaliações de saúde em dia, assim como o acompanhamento médico regular, são medidas essenciais para identificar possíveis sintomas e controlar doenças de base, como as varizes por exemplo, que possam contribuir para o aparecimento de úlceras.

Para a prevenção da recidiva é importante que o paciente tenha conhecimento, habilidades e apoio para adoção de medidas efetivas, como os cuidados com a pele, manutenção das pernas elevadas, exercícios com a panturrilha, dieta adequada, terapias de compressão, repouso e hidratação dos membros.

Referências

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